domingo, dezembro 24, 2006

"Adeus Ano Velho"

Falta pouco, muito pouco. Mais oito dias, e entraremos em novos tempos. Acompanhando o ritmo frenético deste ano e projetando esses oito dias finais em uma corrida de Fórmula Um, podemos dizer que nos dirigimos para a reta final, onde já nos aguarda um membro da equipe para balançar a bandeira quadriculada quando passarmos pela linha branca.

Na corrida da vida, no entanto, não somos ranqueados. Vamos todos dentro de um mesmo carro. Cedo ou tarde, todos os carros (análogos a cada país) passarão pela reta. Alguns antes, outros depois – mas todos passam.

Ao final de cada ano, devemos fazer tal qual os mecânicos da corrida: analisar dados, rever falhas, melhorar para a próxima etapa e estabelecer metas para a próxima fase da corrida, buscando sempre melhorar continuamente. Esses oito dias finais poderão ser usados exatamente com esse propósito. Sugiro que recapitulemos nossas falhas, estabeleçamos planos, sempre com um único objetivo: vencer na vida.

É importante ressaltar que nem sempre a vitória estará ao nosso lado. A vida, o ano, os meses, dias e até mesmo horas são feitos de vitórias e derrotas. É perfeitamente normal, e acontece a todos. Até mesmo o mais experiente dos corredores tem seus momentos de pouca ou nenhuma glória. Não podemos nos deixar abater por esses momentos. Já diz o ditado, ‘a única coisa que nos faz levantar é o tombo’. Não tenha medo de cair, e orgulhe-se de conseguir levantar.

Só mais oito dias...e quando vemos, estamos passando por cima dos marcadores do grid de largada. Oito dias que passarão em alta velocidade. Assim como os motores em alta rotação, vibramos freneticamente com a chegada próxima do ano de 2007. A contagem regressiva é iniciada, são os últimos momentos de uma corrida no circuito da vida, onde não há perdedores.

A bandeira quadriculada é enfim lançada ao vento, presa à mão do funcionário do autódromo. Adeus ano velho. Enquanto ocorre a queima de fogos comemorando a vitória do carro em que pegamos carona, damos uma última repassada em nossa vida. Somos agraciados com belas lembranças, ovacionados por mais um ano glorioso, impulsionados para o próximo circuito, repleto de curvas e retas. Passamos uma última vez por 2006.

O próximo passo é simplesmente comemorar. Subamos todos juntos ao pódio, comemoremos nossa chegada a 2007 com muita alegria, paz e união. Devemos aproveitar ao máximo nossa vitória por mais um ano, e ao mesmo tempo nos preparar para a corrida que se inicia logo em seguida: o ano que acaba de entrar.

E feliz 2007 para todos nós!

quarta-feira, outubro 04, 2006

"Do Outro Lado"

“Do Outro Lado

Eleições 2006. Vota Brasil. Da minha perspectiva, até que a relação de votantes por metro quadrado se assemelhava com a distribuição populacional do país. Afinal, eram no total 324 votantes em uma única seção, instalada em uma sala de aula dentro de um famoso colégio no bairro do Morumbi.

A cartinha, datada de final de julho, foi recebida na segunda semana de agosto. Nela, indicava um prazo de cinco dias úteis para recorrer da convocação de mesário. Ainda que tentasse recurso, deveria ter um motivo bastante convincente para me livrar do dever cívico de auxiliar nas eleições.

No começo fiquei um tanto irritado e relutante com a idéia, mas com o tempo fui me adaptando ao fato de, em pleno domingo, ficar em uma sala de aula das 7:00 até as 17:30, assistindo algumas passagens ao menos interessantes.

Após conhecer minhas outras quatro companheiras de mesa, onde cada um tinha sua hierarquia, cumprimos um tradicional rito de curiosidade impulsiva: abrimos os dois livros em buscas de nomes diferentes ou conhecidos. Entre os achados, uma verdura, uma cerveja, dois sobrenomes de políticos, um sobrenome do campo da publicidade e mais um do ramo de medições industriais.

Mais intrigantes do que os nomes, algumas pessoas fizeram a alegria daqueles cinco jovens patriotas que trabalhavam nas eleições. A começar por um senhor muito bem apessoado, no alto de seus 46 anos, que perguntou a mim onde estavam as cédulas de papel, e onde ele deveria depositá-las depois. Com toda a cordialidade, respondi-lhe que a tecnologia trabalhava em favor de resultados, e que voto em papel era anti-ecológico. Na hora de votar, esqueceu-se do número de seu candidato, e levou dois minutos para encontrar no mural do lado de fora da sala. Pulada essa etapa, lembrou que tinha esquecido de lembrar o número do candidato seguinte, e mais três minutos se foram até que achasse. Ao final da votação, foi aplaudido ironicamente por um idoso que acompanhara toda a cena.

Houve ainda o caso da ‘exuberante senhorita’ que com certo ar de empolgação nos perguntara em voz alta o número de um de seus candidatos. Como procedimento, orientamos a mesma a consultar o painel externo. Na incorrência do terceiro esquecido, que quase teve seus votos alterados por um desavisado eleitor que quase ia votando enquanto o primeiro consultava seu candidato, resolvemos escrever um recado na lousa: ‘Número dos candidatos em mãos’.

O aviso surtiu efeito. Após isso, os desnorteados buscavam a seção eleitoral certa. Sim, muitos eleitores entravam de sala em sala pedindo p/ votar e sempre eram orientados a procurar os representantes do TSE para que lhes dissessem onde deveriam exercer seu dever cívico. O máximo foi a senhora que pediu para votar na minha seção, porque a fila da dela estava enorme.

Ser mesário, no entanto, não é só divertido. Os momentos de ócio são extremamente construtivos e interessantes. Duas mesárias se conheciam, e fofocavam sobre os colegas. As outras duas ficavam ‘tricotando’ sobre assuntos diversos. E eu? Olhava aquele papelão branco na minha frente, e me embebia em devaneios.

Na ausência de uma delas, na hora do almoço, aproveitei para puxar conversa com a que estava agora solitária e igualmente entediada. Foi comendo uma bolachinha de petisco que tivemos uma saborosa conversa sobre queijos, que avançou então até vinhos. E por falar em alimentação, ouvi as mais variadas versões. Inicialmente disseram que mesários recebiam um sanduiche de mortadela. Outros disseram que seriam vales, e me alertaram para a pouca aceitação destes por estabelecimentos alimentícios. Fato é, hoje recebe-se em dinheiro e não há tempo estipulado para o almoço.

Quando criança, acompanhei meu pai em diversas votações e sempre achei um grande evento fazer o ‘x’ decisivo no quadradinho da cédula. Hoje, adulto, me fascino com o sorriso das crianças que acompanham seus pais até a urna, só p/ confirmarem o futuro do nosso país.

E até o segundo turno."

Sem mais

Alexandre Masson

domingo, setembro 24, 2006

"Herói Anti-Herói"

"Revendo o filme 'Superman - O Retorno' me fez lembrar de uma discussão bastante interessante, gerada por uma pequena fala do filme. Na cena, Lex Luthor discute com sua amante sobre seus planos para o mundo. Ela, em um ato de não entendimento misturado a um certo desespero, grita a Lex que ele não é Deus.

A resposta dele nos remete a uma questão interessante. Diz Lex Luthor que deuses são seres que voam com uma capa vermelha por aí, salvando o mundo sozinho, sem compartilhar seus poderes com ninguém e sem qualquer tipo de ajuda.

De fato, reparando no comportamento adverso do homem de aço, pode-se concluir que é alguém arrogante (salva a pessoa e já sai voando), egocêntrico (quer a atenção voltada exclusivamente p/ ele), pretensioso (usa seu disfarce na imprensa para se beneficiar de informações) entre outros atributos que o desqualificam como o bondoso herói.

Embora seja rotulado como vilão, Lex Luthor não é o único. Afinal, herói é aquele que espalha a solução, e não aquele que concentra tudo em suas mãos."


Sem mais

Alexandre Masson

quinta-feira, agosto 24, 2006

"Quando Nietzsche Chorou"

Saudações, leitores!!

Eu sei que estou em débito, mas trabalhar de dia e estudar a noite ainda me causa um certo cansaço - esperado e natural.

De qualquer forma, abro aqui espaço para uma espécie de merchan cultural.

Fui assistir semanas atrás a peça "Quando Nietzsche Chorou". Confesso que estava sem qualquer vontade de pisar fora de casa naquela sexta-feira, mas como a irmã - visitante - já tinha combinado com meu pai, então foi obrigado a ir. Mesmo porque, alguém precisa dirigir.

Sem muita opção, fui em uma jornada rumo ao não-conhecido. Constava que iriamos ao teatro. Qual peça, horário ou local me foi conhecido só quando chegamos na casa do meu pai, para buscá-lo. O título da peça me chamou a atenção, mas não o suficiente para me animar.

'Quando Nietzsche Chorou'.

Estávamos em cima da hora. Faltavam pouco menos de 10 minutos para o início da peça, mas ainda enfrentavamos a fila em busca de cafezinho e uma água. Um certo anseio por parte do meu pai nessa hora me deixou ainda mais p/ baixo.

O lugar estava lotado, e eu imaginei que meu pai - por ter comprado em cima da hora - não tivesse conseguido um bom assento. Ledo engano!! Sentamos na segunda fileira.

O ar condicionado no máximo e o toque de três campainhas indicava o início da peça. Meus olhos caiam de sono, tédio, desanimação e ódio de estar lá, mas logo vi que passaria.

O cenário é clean, os atores são excelentes, e os diálogos com um conteúdo intelectual impressionante. Aparições em vídeo de alguns famosos atores, dialogando com os que estão no palco, impressiona por sua coordenação e convicção afinadas.

Trata-se de um resumão de quem foi Nietzschem o filósofo da solidão e do negativismo.

E a parte mais curiosa....é que eu vi em mim 'Nietzsche'damente alguém como Friedrich Nietzsche: negativo, solitário e psiquicamente inconformado.

Assim como eu.

Sem mais

Alexandre Masson

sexta-feira, agosto 18, 2006

"Quinze Segundos..."

Saudações, leitores!!

Copa do Mundo nunca foi para mim algo que merecesse atenção por mais de uma hora. Não que eu esteja desprezando a atividade em sí ou os jogadores. Apenas acho que futebol pode ser um pretexto para descarregar energias de forma, as vezes, até violenta.

Sim, eu sei!! A Copa do Mundo já acabou, e eu não deveria reavivar esse assunto. Essa, porém, é uma ocasião diferente. Foi durante um jogo da Copa que eu acabei me deparando com uma questão filosófica um tanto interessante e polêmica.

Imaginem vocês a seguinte situação: está para começar uma partida, e instintivamente ligamos a TV no canal aberto monopolista, cujo nome não convém citar. A narração fica por conta de alguém que não tem uma boa imagem junto aos seus 'ouvintes', e que por vezes tece comentários absolutamente nonsense, não pertinentes à partida. Minha primeira reação foi deixar a televisão no mudo, e deixar me levar pela beleza plástica da imagem de 22 'palitinhos' correndo atrás de uma bola. Meus ouvidos agradeceram, mas a agonia por não ouvir o jogo me deixaram de sobremaneira agitado, inquieto até. Ligo o rádio. Ah, assim sim!! Tinha eu então duas fontes de emoção, sendo uma auditiva e a outra visual.

Paro por um segundo, e me espanto. Tem algo errado!! Mal sabia eu - mas também não demorei para constatar - que havia um gap entre o que via e o que ouvia. Enquanto na tv mostrava o brasileiro correndo a todo pulmões atrás do jogador de Gana, o rádio anunciava a retomada de bola do time Canarinho. Sim, era coisa de 15 segundos.

Apavorado com essa realidade totalmente inexpectada, desliguei as duas fontes de informação. Fiquei na sala por um tempo, imóvel. Veio-me então a questão filosófica: "E se na vida pudessemos ver as conseqüências dos nossos atos - 15 segundos ANTES de tomarmos a efetiva decisão??". Aos olhos de um ser humano 'rotineiro', como eu, você ou nossos vizinhos, seria prático!! Acidentes de carros poderiam ser evitados, atropelamentos ou qualquer outra coisa de natureza incógnita e imprevisível.

Fui adiante na questão. Por um momento, fecho meus olhos e entro em campo. Tomo o lugar de uma pessoa por vezes ausente, mas sobre quem sempre recaem glorias ou tristezas: o goleiro. Imaginem que um companheiro do seu time cometa um penalti. Estamos em fase eliminatória, a chamada 'mata-mata'. O relógio do estádio indica 39 minutos do segundo tempo. Quinze segundos antes de o oponente chutar a bola....você SABE que ele vai chutar p/ direita. Pula para o lado certo, a agaraa a bola feito uma águia atrás do seu ratinho.

A questão foi ainda mais longe, e cheguei até a teoria do Eterno Retorno de Nietzsche (tema do próximo insight). Em suma, diz a teoria que a vida é um ciclo. A vida se repete impreterivelmente. Nossas ações serão sempre as mesmas, mas não teremos consciência disso. É um jogo de roleta russa, sempre com 50% de chance, em que a mesma agulha vazia é disparada.

Interpolando a minha teoria com a de Nietzsche, topei com uma condicional de existência muito forte. Para a manutenção da minha teoria, era preciso alterar - ao menos - a de Nietzsche. Observem que - se tivéssemos 15 segundos de antevência, poderiamos mudar nossas ações, e não mais cometer o mesmo erro. O goleiro saberia o lado para o qual deveria pular. No próximo retorno, o JOGADOR saberia para que lado o goleiro pularia, e mudaria de lado!!

Percebam que a cilicidade de Nietzsche passaria a ser inválida.

Eu finalizo com uma pergunta: O que você faria se tivesse 15 segundos??

Sem mais

Alexandre Masson

domingo, agosto 13, 2006

"Aos Poucos"

Saudações, pessoal!!

Eu sei que estou bastante em falta, é verdade. É impossível negar também que por um certo tempo minha criatividade era nula, sem qualquer produção que se valha. Tempos difíceis, novas rotinas, novas preocupações.

Velhos defeitos.

Durante as últimas duas ou três semanas, no entanto, tenho acumulado muitas observações, que poderiam me render uns bons relatórios filosóficos. De peça de teatro, até uma segmentação de quem ajuda nos trens da CPTM. Observei de tudo e todos.

Meu instinto de observação é algo a se notar. Estou sempre ligado, atento. Sei muito mais sobre as pessoas do que elas pensam que eu sei. E sempre fui desse jeito. É minha natureza.

Faço então um acordo com vocês, leitores: atualizo esse blog com novas idéias a cada três dias. Terei assunto p/ mais de um mês. Peço então que leiam, e me gerem novas questões. Simplesmente comentem o que lhes vier à cabeça, uma observação, uma fala, um acontecimento.

Contribuirão não só com a riqueza material deste site, mas também intelectualmente p/ quem escreve e p/ quem lê.

Topam??

Sem mais

Alexandre Masson

terça-feira, julho 11, 2006

"Tempos de União"

Esse ano tivemos mais uma Copa do Mundo de futebol, desta vez realizada na Alemanha. Infelizmente a Seleção Brasileira, comandada pelo técnico Carlos Alberto Parreira, não conseguiu trazer o hexacampeonato para casa. Vitória da Itália.

Voltemos, porém, algumas semanas. Junho de 2006. O Brasil ainda não havia jogado com a França. A torcida pela vitória era intensa, literalmente de se parar o trânsito – principalmente na proximidade do horário dos jogos da seleção brasileira. As cores verde e amarelo predominavam nas ruas, e contrastava com o azul claro e sem nuvens do céu. Bandeiras tremiam por toda a parte. Centenas de pessoas no Vale do Anhangabaú. Sim, o brasileiro torceu muito.

O que mais impressiona é o chamado efeito fascínio, que faz uma metrópole como São Paulo parar por duas horas inteiras. A expectativa de vitória mobilizava a todos. De empresários bem-sucedidos até aqueles menos favorecidos, todos (ou pelo menos a grande maioria) estampavam no rosto e no corpo a ansiedade por ser campeão do mundo seis vezes.

Em um dos meus momentos de reflexão, tive um insight: toda essa união gerava, nem que por pouco tempo, um sentimento de fraternidade e igualdade. Um objetivo único. Por que não usar tal sentimento de forma mais rentável? Por que não unir-se em prol de causas sociais? Por que não mudar somente o objetivo de uma paralisação?

A idéia seria simples: ao invés de parar uma cidade em prol de vinte e dois homens correndo atrás de uma bola (cujo efeito social ao país representado é NULO), por que não parar essa mesma cidade em prol de ações solidárias? Ou ainda, por que não paralisar São Paulo, por um dia se quer, para fazer um Dia da Educação?

Realmente, é muito bonito ver o que um país faz para impulsionar seus representantes no exterior. Seria, porém, ainda mas lindo se soubessem usar esses momentos de trégua e expectativa para mudar o que acontece bem mais perto de seus umbigos.

Quem sabe na próxima Copa?


Sem mais

Alexandre Masson

terça-feira, maio 23, 2006

"Tédio Produtivo"

Há quem diga que o tédio é algo que nos desmotiva, leva nossa auto-estima lá para baixo, deixa-nos baqueados!!

Pois eis que semana ante-retrasada (ou seja, há 3 semanas) percebi que podia usar o tédio para algo produtivo, que acabou sendo até mesmo engraçado!!

Estávamos eu e mais duas pessoas em uma entrevista de estágio. A entrevista estava marcada para as 9:00, mas a falta de organização fez-nos levar um chá-de-cadeira dos lindos!! Foram só duas horas e meia de espera, e mais R$ 10,00 de estacionamento.

Primeiro chego eu na empresa, antes do horário. Fui até o andar do RH, onde fui informado que a responsável estava em uma reunião. Falei então que tinha a tal da entrevista, e o encarregado (leia-se estagiário) de RH solta-me uma frase não muito amigável. "Ixi, é verdade!! As entrevistas!!"

Ao ouvir o 'ixi', percebi que seria um dia longo e não muito produtivo. E eu estava certo.

Orientado a esperar sentado em uma pequena sala com uma mesa redonda e diversas cadeiras, saquei o Palmtop do bolso e comecei a organizar toda minha vida. Feito isso, passei alguns telefones do celular p/ a agenda do Palm. Defini minhas tarefas por prioridade, fiz mais algumas coisas e resolvi ler minha coletânea de poemas. Essa maratona durou cerca de 25 minutos, quando sou interrompido por um oponente. Não, eu não estaria sozinho. Falamos cordialmente 'bom dia' um para o outro, e o silêncio invade a sala.

Mais cinco minutos, outro concorrente. Somos agora em três, o último somente balançou a cabeça em um gesto de cordialidade contida, quase obrigada. Nada falou.

O tempo passa, e não trocamos uma palavra. Depois de aproximadamente 40 minutos da minha chegada, o estagiário de RH solicita algumas cadeiras para uma seleção paralela. Os três-entediados-prestativos-talvez-futuros-estagiários (porque um de nós seria selecionado) levaram cadeiras extras até a sala do outro evento, e à nossa retornamos.

E assim se passa o tempo. Cada um cabisbaixo olhando seu pedaço de mesa, quase como na demarcação de um território infronteiriço, mas obedecido contextualmente.

Ao tempo de 1:35 de espera, fomos avisados da logo presença da responsável. Aliviado e ao mesmo tempo um tanto irritado, solto bem baixinho um 'Ufa! Estava na hora!'. no próximo segundo, meus dois concorrentes observavam-me de forma curiosa, concordando com minha afirmação. Achei que nao a tivessem ouvido, mas estava enganado.

Eis que um começa também a dar o sussuro de guerra (porque numa primeira indagação não é polido soltar um grito), e começa uma primeira troca de palavras.

O segundo elemento - como vamos chama-lo - empolgou-se de uma sobremaneira a ponto de me fazer ironizar a situação!! Continuando o resmungo dele, falei 'Imagina se ele nos tivesse avisado que ia demorar?!?!'. Essa minha frase fez com que a curiosidade dos outros sobre mim aguçasse. Começamos a interação com perguntas básicas, como faculdade, curso, carreira profissional, entre outras de costume.

O assunto foi se desenvolvendo, e acabamos discutindo sobre política, religião, música, automóveis, estacionamento, assuntos inerentes à administração de empresas, saúde, hábitos pessoais, hobbys entre diversos outros. Esse megadiálogo sobre assuntos universais teria-nos rendido mais 55 minutos de diversão, quando finalmente somos silenciados pela voz daquela que estava em reunião, dizendo-nos que seriamos atendidos prontamente.

Senti-me muito mais seguro ao tomar a decisão de iniciar um diálogo entre todos da sala, ainda que fossemos três pessoas. Sem querer acabei me tornando um líder informal, de modo que todas as perguntas eram direcionadas à mim, como fosse eu algum guia ou enciclopédia.

Pois é, se você não pode se opôr ao tédio, una-se a ele e entedie-o!! Você vai longe!!

Sem mais

Alexandre Masson

segunda-feira, abril 17, 2006

"Imagem"

Saaaalve pessoal!!

Poema de 02/03/2006

"Imagem"

Olho-me no espelho
Mas algo se passa
Eu vejo um outro alguém
Não sou eu
Olho direto nos olhos
Tento ver semelhança
Mas não as encontro
Estou suspeitando
O que vejo é um outro eu
Não é minha mente refletida
É alguém que conheço pouco
É só a imagem
Que os outros veem de mim


Sem mais

Alexandre Masson
Fase de inspiração, talvez??

segunda-feira, março 06, 2006

"Poema de Amor"

Saudações, fieis leitores!!

Poema criado na quinta-feira passada. Depois de um tempo sem idéias, parece que estou retomando.

"Pego uma caneta e papel
Agarro sentimentos no ar
Busco palavras no coração
Pesquiso minha mente
Disparo esse poema
Me deparo com um dilema
Quem lê, o que sente?
Uma sensação
Única e peculiar
Por palavras de um amor fiel"

Sem mais

Alexandre Masson

domingo, fevereiro 26, 2006

"Morte ou Amar-te"

Saudações, pessoal!!

Poema antiguinho...ando mais inspirado p/ crônicas


"Morte ou Amar-te??

Oh, tu que foi um dia
da minha vida o grande amor
me lembro o quanto me doía
ver-te agonizando de dor

Oh, tu que foi um dia
toda a razão da minha alegria
no mundo não tenho mais ninguém
só tenho a você no além

Oh, tu que foi um dia
parte do meu coração
no dia de seu enterro
não largava de sua mão

Oh, tu que foi um dia
minhas estrelas e meu luar
sei que não tenho esperanças
você nunca mais vai voltar

Oh, tu que foi um dia
meu grande amor, enfim
vou terminando este poema
não suporto mais este dilema

Oh, tu que foi um dia
meu último retiro
finalmente nesse dia
dou meu último suspiro.

Morri"

Sem mais

Alexandre Masson

terça-feira, fevereiro 14, 2006

"Canto"

Saudações, fieis leitores!!

Vou postar hoje um poema que fiz no fim do ano passado, mas que eu acho lindo!!

“Canto”

Estou na sala
Em um canto
E como que por encanto
Ouço somente seu canto
E me encanto
No entanto
Ouço-me em pranto
E por enquanto
Choro tanto
Com seu canto
Peço, portanto
Não pare agora
Não quebre meu encanto
Não cale seu canto


Sem mais

Alexandre Masson

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

"Vivendo e Aprendendo"

Hoje é um dia de comemorações. Motivos não faltam. Eu e um amigo vamos tomar um belo de um chopp na melhor casa do gênero de São Paulo (pelo menos dentre todas que eu ja visitei).

Como eu lhes disse, os motivos são muitos!! Aniversário de uma grande amiga minha, que considero uma irmã. Aniversário do meu 'pai alemão', que me aturou por seis meses em sua casa. Comemoro ainda a compra do ingresso p/ U2, e a facilidade incrível que eu consegui (foram só 5 tentativas, 3 minutos discando). Mas tem um motivo preponderante. Comemorar minha evolução.

Eu explico!!

Fui fazer uma entrevista de emprego hoje, e meu resultado pessoal foi diferente de qualquer outra feita até hoje. Dominei a situação. Me impus como nunca. Fui incisivo e claro nas resposta, e fiquei impressionado comigo mesmo.

Eu costumava ser um tanto recatado nessas situações. Falava baixinho, sempre demonstrando uma certa insegurança. Mas essa foi diferente!! Observei detalhes desde postura sentado, até coisas como olhar no olho, p/ hipnotizar e dominar o entrevistador.

Consiga eu ou não essa vaga, fico satisfeito com minha própria atuação. Saldo positivo para o ano de 2006.

Sem mais

Alexandre Masson

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

"Direitos Humanos vs. Seres Humanos"

Não há dúvida que o conceito de direitos humanos está um tanto distorcido nos dias atuais. Vou direto ao ponto: a quem deve-se aplicar os direitos humanos? Quem deve gozar das facilidades criadas pelo próprio ser humano? Em teoria, todos os seres humanos.

Sempre que há uma rebelião nas cadeias espalhadas por todo o Brasil, são queimados cobertores, colchões, e tudo mais que for possível enxarcar de alcool. Eis que entram os 'direitos humanos' e lhes entregam cobertores, colchões e lençois novinhos em folha.

Tudo isso gera um custo, é claro. Governo estadual? Dinheiro nosso. Iniciativa pública? Dinheiro nosso. Seja quem banque isso, está em jogo sempre o nosso dinheiro.

Sim, há uma certa incoerência quanto ao tamanho do delito praticado. O camarada que rouba um sabonete de um supermercado, lado a lado com outro que matou 3 homens na porrada. Há pessoas e há pessoas.

Agora eu pergunto: SE EU BOTAR FOGO EM UM COBERTOR MEU, EU RECEBEREI UM NOVO??

Ora, os direitos humanos não garantem justamente isso?? Direitos ao ser humano?? Então eu teria direito a um cobertor novo!! Se o cara que matou, está sendo punido por isso, não aguenta a situação que é a cadeia, se rebela e ateia fogo a roupas de cama, por que ele tem previlegios de receber novas??

Falta aí uma definição do que é ser humano. Alguém que merece ser punido é também um ser humano, mas está lá pagando por algo que cometeu!! E nós que sabemos viver em sociedade e estamos gozando do pleno direito de viver?? Não temos os mesmos direitos que eles??

Aproveito p/ enganchar em um assunto similar, que é a cota de negros na faculdade. A partir do momento que se impõe cotas, está sendo formado um baita de um racismo na cara dura!! Não precisa determinar cotas, mas melhorar o ensino público, para que TODOS consigam entrar.

Eu sempre ouço histórias dos tempos dos meus pais, que estudaram em instituições públicas que eram tidas como modelo!! Que se siga o exemplo da Alemanha!! Os ensinos fundamental e médio são públicos, os livros didáticos são emprestados pela própria escola, e devolvido ao final do ano. Isso sem ter que se gastar um único tostão em mensalidade.

Direitos humanos?? Hahahahaha grande piada!!

Sem mais

Alexandre Masson

domingo, janeiro 29, 2006

"Quem vê TV não vê consideração"

O título desse post foi baseado naquele ditado popular, que diz 'quem vê cara, não vê coração'. Ao longo do meu desenvolvimento, você leitor entenderá a analogia que faço entre os dois ditos.

É inegável dizer que hoje em dia a mídia é a grande formadora de opiniões da sociedade. Há outras fontes, mas a televisão é a que mais se destaca entre todas. Programas com o falso intúito de mudar a vida das pessoas são, na verdade, praças de humilhação com ar-condicionado. As vítimas têm suas vidas expostas até à ultima desgraça, e ainda são obrigadas a ouvir desaforos de quem nunca viu na vida.

Os que estão alheios à situação exposta ao ridículo têm sempre uma resposta satisfatória e pronta para a questão. E em 90% dos casos envolve religião, respeito e amor. Mas de onde vem tais respostas??

Simples, caro leitor!! Dos formadores de opinião!! Pessoas passam horas e horas em frente a uma televisão ouvindo o mesmo bla-bla-blo de sempre, ouve a opinião que os outros transmitem, que passa a ser solução universal para os problemas da vida.

Cabe ao sistema de ensino provocar na criança o instinto de poder argumentar sobre os dois lados de um problema. Promover debates sobre armas: é bom?? É ruim?? Por que bom e por que ruim?? Mas e qual é o certo??

Ora, aí ja passamos a uma questão chamada discernimento. A pessoa saber diferenciar o que é bom, o que é ruim, e o porque, de ambos os lados, é a grande máquina que movimenta a evolução intelectual do país.

Fato é, seja através de programas de humilhação ou de telejornais, a opinião chega pronta, e é adotada como verdadeira e universal. É conveniente, tanto que saiu na televisão!!

Pessoalmente, eu temo que a mídia perceba o poderio intelectual que tem em suas mãos. Vender verdades. Quando isso acontecer, estaremos fadados a um rio infindado de pessoas com opiniões mecânicas, inputadas pela mídia.

Nosso país tem só uma saída: fazer com que o sistema de ensino efetivamente ensine a cada um formar sua opinião.

Sem mais

Alexandre Masson

quinta-feira, janeiro 26, 2006

"Reflexo, Reflexão, Reflexivo"

Estou sozinho em casa. Mamis está viajando, e volta só em fevereiro. Devo admitir que melhorei bastante em termos de organização e sobrevivência. Cuidar da casa é um desafio um tanto quanto único, mas divertido.

Os momentos de ócio na casa vazia são preenchidos por uma sessão ininterrupta de reflexões sobre minha vida passada, presente e até futura - em parte. Uma sessão que por vezes me abala, por outras me alegra. No final, apesar de ter perdido no passado, saio vitorioso.

De frente para o espelho, refletindo a imágem de alguém que não pára de pensar, aproveito para 'me dar um tapa com luva de pelica'. Acordar para a vida. Não se pode viver do passado. Deve-se moldar o futuro a partir do presente.

Devem pensar que trata-se de algo torturoso, como um único objetivo masoquista: ferir-me. Eu contesto esse pensamento, e digo: muitas vezes o sofrimento nos leva ao caminho certo da vida. Afinal, como diz o ditado, 'Deus escreve certo por linhas tortas'.

Para mim, não basta viver. Quero ser lembrado, honrado, quero que jamais se esqueçam do Alexandre Masson. Quero viver na mente de cada um que conhece cada canto específico meu.

Ambicioso?? Talvez.

Eu ainda não descobri por que em minha passagem pela Terra eu tenha que sofrer com tamanha dureza. Passar pelo que passei. Sentir-me um eterno usado, um boneco, sem personalidade. É essa minha reflexão que está mudando isso.

O pior cego é aquele que se contraria a ver seus problemas e desafios. Sem enxergá-los, nunca irá atrás da solução. E continuará eternamente cego, sofrendo na mão dos outros.

As vezes acho que esse é um grande problema do brasileiro em geral. Molda-se tudo a seu jeito. Cede-se um pouquinho dos dois lados, e faz com que o problema vire uma bola de neve cada vez maior.

Por fim, uma recomendação: abram os olhos para os problemas. Só assim conseguirás buscar a solução.

Sem mais

Alexandre Masson

domingo, janeiro 01, 2006

"Adeus Ano Velho"

E chega ao fim mais um ano. Hoje é dia 31 de dezembro de 2005, e são exatamente 19:05. Último artigo do ano? Não se minha mente estiver aberta. Passei por um período de acúmulo de idéias e nenhuma escrita.

Menos de cinco horas nos separam de um novo tempo. Fazendo uma auto-retrospectiva, posso dizer que foi um ano marcante. Passei por alegrias irradiantes, por tristezas amargas, por fontes de conhecimento infindáveis em áreas que jamais imaginei. Ora, isso são coisas normais da vida. Mas 2005 foi um ano que aproveitei mais do que outro anterior. Fiz minhas viagens com amigos, me lancei de cabeça na área musical e da escrita, descobri uma nova filosofia de vida compatível comigo. Tive inspiração para quadros que foram pintados só na minha mente, que sairão para a tela no ano que se aproxima. Foi um ano cultural. Conhecimento, inspirações, novas idéias.

Adeus ano velho. Leve contigo todas as tristezas, eu me encarrego de trazer as boas lembranças para o futuro. Feliz ano novo. Espero receber de ti os ingredientes normais de uma vida. Não quero me abster de tristezas, pois elas me farão mais forte. Não quero uma vida fácil, prefiro batalhar. Conseguir tudo com meu mérito. Traga-me bastante conhecimento, minha sede é grande. E se não ficar muito pesado, traga-me mais vida.

Tenho bastante projeto para o ano de logo mais. Aprimorar-me com cursos, ter uma vida social mais ativa, continuar com o fado da escrita e da música, pintar mais, viajar mais. Projetos são sonhos, e eu tenho convicção de que todos os meus para 2006 irão se realizar. Serei um grande estudante e um exímio estagiário em uma boa empresa. Mas a vida não pára. Devo me ater não só aos meus projetos. Devo – acima de tudo – viver.

Nesse momento, estou em uma fase de despedida do ano ainda corrente. A cada letra aqui inserida vejo flashes de lembranças. Convidado pelo meu amigo a passar a virada na Praia Grande, hospedado em um apartamento da família, no oitavo andar. Além do monitor do laptop, observo o mar encoberto por uma neblina densa. Vejo a alma de 2005 sendo lavada pela chuva forte, que espanta os turistas da orla da praia. Vamos começar o próximo ano com a cara limpa. Eu lavo minhas mãos das atitudes que cometi em 2005.

O ano está quase se acabando e com ele, meu artigo. Que o primeiro sol de 2006 lhes seja a luz para a sabedoria, o aprendizado e a preparação para uma nova fase da vida. Desejo a todos um ano de conquista, de mudança da vida. E até o ano que vem.