terça-feira, julho 11, 2006

"Tempos de União"

Esse ano tivemos mais uma Copa do Mundo de futebol, desta vez realizada na Alemanha. Infelizmente a Seleção Brasileira, comandada pelo técnico Carlos Alberto Parreira, não conseguiu trazer o hexacampeonato para casa. Vitória da Itália.

Voltemos, porém, algumas semanas. Junho de 2006. O Brasil ainda não havia jogado com a França. A torcida pela vitória era intensa, literalmente de se parar o trânsito – principalmente na proximidade do horário dos jogos da seleção brasileira. As cores verde e amarelo predominavam nas ruas, e contrastava com o azul claro e sem nuvens do céu. Bandeiras tremiam por toda a parte. Centenas de pessoas no Vale do Anhangabaú. Sim, o brasileiro torceu muito.

O que mais impressiona é o chamado efeito fascínio, que faz uma metrópole como São Paulo parar por duas horas inteiras. A expectativa de vitória mobilizava a todos. De empresários bem-sucedidos até aqueles menos favorecidos, todos (ou pelo menos a grande maioria) estampavam no rosto e no corpo a ansiedade por ser campeão do mundo seis vezes.

Em um dos meus momentos de reflexão, tive um insight: toda essa união gerava, nem que por pouco tempo, um sentimento de fraternidade e igualdade. Um objetivo único. Por que não usar tal sentimento de forma mais rentável? Por que não unir-se em prol de causas sociais? Por que não mudar somente o objetivo de uma paralisação?

A idéia seria simples: ao invés de parar uma cidade em prol de vinte e dois homens correndo atrás de uma bola (cujo efeito social ao país representado é NULO), por que não parar essa mesma cidade em prol de ações solidárias? Ou ainda, por que não paralisar São Paulo, por um dia se quer, para fazer um Dia da Educação?

Realmente, é muito bonito ver o que um país faz para impulsionar seus representantes no exterior. Seria, porém, ainda mas lindo se soubessem usar esses momentos de trégua e expectativa para mudar o que acontece bem mais perto de seus umbigos.

Quem sabe na próxima Copa?


Sem mais

Alexandre Masson