quinta-feira, agosto 24, 2006

"Quando Nietzsche Chorou"

Saudações, leitores!!

Eu sei que estou em débito, mas trabalhar de dia e estudar a noite ainda me causa um certo cansaço - esperado e natural.

De qualquer forma, abro aqui espaço para uma espécie de merchan cultural.

Fui assistir semanas atrás a peça "Quando Nietzsche Chorou". Confesso que estava sem qualquer vontade de pisar fora de casa naquela sexta-feira, mas como a irmã - visitante - já tinha combinado com meu pai, então foi obrigado a ir. Mesmo porque, alguém precisa dirigir.

Sem muita opção, fui em uma jornada rumo ao não-conhecido. Constava que iriamos ao teatro. Qual peça, horário ou local me foi conhecido só quando chegamos na casa do meu pai, para buscá-lo. O título da peça me chamou a atenção, mas não o suficiente para me animar.

'Quando Nietzsche Chorou'.

Estávamos em cima da hora. Faltavam pouco menos de 10 minutos para o início da peça, mas ainda enfrentavamos a fila em busca de cafezinho e uma água. Um certo anseio por parte do meu pai nessa hora me deixou ainda mais p/ baixo.

O lugar estava lotado, e eu imaginei que meu pai - por ter comprado em cima da hora - não tivesse conseguido um bom assento. Ledo engano!! Sentamos na segunda fileira.

O ar condicionado no máximo e o toque de três campainhas indicava o início da peça. Meus olhos caiam de sono, tédio, desanimação e ódio de estar lá, mas logo vi que passaria.

O cenário é clean, os atores são excelentes, e os diálogos com um conteúdo intelectual impressionante. Aparições em vídeo de alguns famosos atores, dialogando com os que estão no palco, impressiona por sua coordenação e convicção afinadas.

Trata-se de um resumão de quem foi Nietzschem o filósofo da solidão e do negativismo.

E a parte mais curiosa....é que eu vi em mim 'Nietzsche'damente alguém como Friedrich Nietzsche: negativo, solitário e psiquicamente inconformado.

Assim como eu.

Sem mais

Alexandre Masson

sexta-feira, agosto 18, 2006

"Quinze Segundos..."

Saudações, leitores!!

Copa do Mundo nunca foi para mim algo que merecesse atenção por mais de uma hora. Não que eu esteja desprezando a atividade em sí ou os jogadores. Apenas acho que futebol pode ser um pretexto para descarregar energias de forma, as vezes, até violenta.

Sim, eu sei!! A Copa do Mundo já acabou, e eu não deveria reavivar esse assunto. Essa, porém, é uma ocasião diferente. Foi durante um jogo da Copa que eu acabei me deparando com uma questão filosófica um tanto interessante e polêmica.

Imaginem vocês a seguinte situação: está para começar uma partida, e instintivamente ligamos a TV no canal aberto monopolista, cujo nome não convém citar. A narração fica por conta de alguém que não tem uma boa imagem junto aos seus 'ouvintes', e que por vezes tece comentários absolutamente nonsense, não pertinentes à partida. Minha primeira reação foi deixar a televisão no mudo, e deixar me levar pela beleza plástica da imagem de 22 'palitinhos' correndo atrás de uma bola. Meus ouvidos agradeceram, mas a agonia por não ouvir o jogo me deixaram de sobremaneira agitado, inquieto até. Ligo o rádio. Ah, assim sim!! Tinha eu então duas fontes de emoção, sendo uma auditiva e a outra visual.

Paro por um segundo, e me espanto. Tem algo errado!! Mal sabia eu - mas também não demorei para constatar - que havia um gap entre o que via e o que ouvia. Enquanto na tv mostrava o brasileiro correndo a todo pulmões atrás do jogador de Gana, o rádio anunciava a retomada de bola do time Canarinho. Sim, era coisa de 15 segundos.

Apavorado com essa realidade totalmente inexpectada, desliguei as duas fontes de informação. Fiquei na sala por um tempo, imóvel. Veio-me então a questão filosófica: "E se na vida pudessemos ver as conseqüências dos nossos atos - 15 segundos ANTES de tomarmos a efetiva decisão??". Aos olhos de um ser humano 'rotineiro', como eu, você ou nossos vizinhos, seria prático!! Acidentes de carros poderiam ser evitados, atropelamentos ou qualquer outra coisa de natureza incógnita e imprevisível.

Fui adiante na questão. Por um momento, fecho meus olhos e entro em campo. Tomo o lugar de uma pessoa por vezes ausente, mas sobre quem sempre recaem glorias ou tristezas: o goleiro. Imaginem que um companheiro do seu time cometa um penalti. Estamos em fase eliminatória, a chamada 'mata-mata'. O relógio do estádio indica 39 minutos do segundo tempo. Quinze segundos antes de o oponente chutar a bola....você SABE que ele vai chutar p/ direita. Pula para o lado certo, a agaraa a bola feito uma águia atrás do seu ratinho.

A questão foi ainda mais longe, e cheguei até a teoria do Eterno Retorno de Nietzsche (tema do próximo insight). Em suma, diz a teoria que a vida é um ciclo. A vida se repete impreterivelmente. Nossas ações serão sempre as mesmas, mas não teremos consciência disso. É um jogo de roleta russa, sempre com 50% de chance, em que a mesma agulha vazia é disparada.

Interpolando a minha teoria com a de Nietzsche, topei com uma condicional de existência muito forte. Para a manutenção da minha teoria, era preciso alterar - ao menos - a de Nietzsche. Observem que - se tivéssemos 15 segundos de antevência, poderiamos mudar nossas ações, e não mais cometer o mesmo erro. O goleiro saberia o lado para o qual deveria pular. No próximo retorno, o JOGADOR saberia para que lado o goleiro pularia, e mudaria de lado!!

Percebam que a cilicidade de Nietzsche passaria a ser inválida.

Eu finalizo com uma pergunta: O que você faria se tivesse 15 segundos??

Sem mais

Alexandre Masson

domingo, agosto 13, 2006

"Aos Poucos"

Saudações, pessoal!!

Eu sei que estou bastante em falta, é verdade. É impossível negar também que por um certo tempo minha criatividade era nula, sem qualquer produção que se valha. Tempos difíceis, novas rotinas, novas preocupações.

Velhos defeitos.

Durante as últimas duas ou três semanas, no entanto, tenho acumulado muitas observações, que poderiam me render uns bons relatórios filosóficos. De peça de teatro, até uma segmentação de quem ajuda nos trens da CPTM. Observei de tudo e todos.

Meu instinto de observação é algo a se notar. Estou sempre ligado, atento. Sei muito mais sobre as pessoas do que elas pensam que eu sei. E sempre fui desse jeito. É minha natureza.

Faço então um acordo com vocês, leitores: atualizo esse blog com novas idéias a cada três dias. Terei assunto p/ mais de um mês. Peço então que leiam, e me gerem novas questões. Simplesmente comentem o que lhes vier à cabeça, uma observação, uma fala, um acontecimento.

Contribuirão não só com a riqueza material deste site, mas também intelectualmente p/ quem escreve e p/ quem lê.

Topam??

Sem mais

Alexandre Masson