quarta-feira, outubro 17, 2007

Ponto de Vista

Muito se fala nos dias de hoje sobre a violência nos grandes centros urbanos. É morte para lá, tiro para cá...e sempre acaba recaindo para a área central dos tais centros. Talvez porque esteja associada à pontos de uso de drogas e em geral a residências antigas, com fachadas mal cuidadas e moradores de baixa renda.

Bem, esses elementos existem em qualquer lugar do mundo. Seja um bairro rico, pobre ou de classe média, não é MAIS possível regionalizar características visuais. Digo MAIS porque já foi um dia distinguível geograficamente áreas de maior ou menor favorecimento. Pega-se imagens antigas de São Paulo e via-se só mansões na Avenida Paulista.

Por uma questão de necessidade moral e financeira, tive que ir até a região da avenida XV de Novembro, não longe da Praça da Sé. Enquanto caminhava em linha reta até o meu destino - neste caso um Cartório de Protestos central (não por ficar no centro, mas por burocraticamente ser o maior banco de dados de análise crediária pessoal do Brasil) - pude observar uma realidade muito diferente desta difundida por telejornais. Nem mesmo minha mala de faculdade, que nada mais é do que uma maleta de notebook, foi visada ao longo do trajeto.

Pessoas riam ao pé de uma escultura. Outros contavam piadas. Multidões se aglomeravam em volta de dois pregadores do evangelho (sendo que um falava em inglês e o outro traduzia para o português). E não eram poucos que passavam por ali naquele momento.

Dois 'shows' em particular me chamaram a atenção em especial. No primeiro deles, um homem baixinho, mirradinho manuseava um chicote cujo comprimento facilmente dava uma volta nele. Durante os dois minutos que o sujeito conseguiu me prender a atenção, ele rasgou uma folha de jornal segurado a poucos centimetros do rosto de um espectador. Logo depois, convocou um outro espectador, desta vez um fumante. Com o cigarro quase no fim, o 'Beto Carrero da Sé' - como se auto denominava - prometeu à 'vítima' fumante que ele iria parar de fumar. Lançou seu chicote ao ar e acertou EM CHEIO.....a pequena bituca de cigarro que ainda restava.

O segundo show foi uma demonstração de habilidades com bola de futebol. Dois irmãos a carater (leia-se com camisa da seleção brasileira) performavam com graça e leveza, fazendo tudo parecer fácil fácil. Passavam a bola um para o outro, simultaneamente, num ciclo sem fim. Literalmente, show de bola.

O que mais me impressionou, no entanto, em minha caminhada quase que histórica pelo velho centro de São Paulo foi o clima bom entre todos os que ali estavam. Todo mundo em paz, rindo, se divertindo ou ouvindo música. Mesmo em dias nublados, como era o caso, não há tempo ruim e todos estão bem.

Até a próxima oportunidade

Alexandre Masson

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